sábado, 14 de abril de 2012

Zurück im Camp Hitfield - Retorno ao Campo Hitifield

Esse final de Março e inicio de Abril estive em constante atividade, entre aulas de alemão e burocracias diplomáticas consegui “desembolar” minhas artes em alguns seguimentos. Descolei umas revistas, folders e anúncios de shows em uma banca. Inicialmente recortei e colei, estava no embalo de 3 pinturas que foram encomendadas. Nem demorou muito e já estava “gastando” com as natas coloridas, pensando em sticker... Sair para colar adesivos pela cidade foi o plano.



Como resultado das colagens pelas ruas acabei por fazer um contato com um grupo de artistas locais. Nos reunimos, trocamos ideias e saímos para uma volta em Aachen.

Os contatos ficaram e outro dia marcamos um novo encontro, só que desta vem no Camp Hitifild, o que seria o meu retorno a grande galeria de street art da cidade, um bairro completamente abandonado com edifícios casas de décadas passadas. Fiquei muito animado com a ideia,  foi a primeira vez que me encontrei com artistas Locais para pintar.



Depois deste dia eu retornei novamente ao Camp Hitifield Hoje dia 14/04. Eu tinha ficado de olho neste “Quarto de Maquinas” dês da primeira vez que tinha entrado neste prédio, e não iria ficar tranquilo enquanto não trabalhasse alguma coisa neste local, o resultado que batizei de “Sabote Room” faz um referência a sabotagem deste sistema que tende a mecanizar tudo o que toca.




veja mais imagens em :http://www.flickr.com/photos/thiagobalbino/

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Berlin e suas Artes não Encomendadas.

No primeiro momento que visualizei minha ida a Berlin, já tinha em mente o que eu NÃO queria ver, eu não queria ver as famosas galerias de artes e museus dedicados a artistas mundialmente famosos. Estava determinado a conhecer uma  outra Berlin, aquela que não aparece nos guias de turismo, procurava algo que já havia ouvido falar em debates com amigos artistas na Universidade, estava a procura da arte marginal que ocupa espaços sem avisar e invade prédios se espalha pelos muros da rua e rola pelo chão.
 Os conhecidos Squatter (ocupação de edifícios abandonados) se multiplicaram por Berlin no final do anos 80, no momento em que a capital se encontrava na transição entre uma cidade divida e recém unificada e tiveram seu ápice no anos 90 quando a poeira já começava a baixar.  Artistas e “sem tetos” co-habitavam os mesmos edifícios, dividiam as mesmas realidades, o resultado desta união foram ateliers livres e espaços culturais alternativos onde muitos movimentos que contestavam e contestam as mazelas da sociedade tiveram o seu berço.
Com o passar dos anos a especulação imobiliária foi recuperando a sua força e passou a perseguir com todo o aparato do governo os habitantes destes centros culturais, chegando as vias de fato da utilização da força em ações de desapropriações violentas. Muitos espaços de produção cultural e moradia se perderam e ano após ano mais pessoas ficam sem ter onde morar e produzir.  O valor social de lugares como esse deveria ser mais valorizado pelo estado, tendo em vista que o mesmo não consegue dar conta de suprir com as necessidades básicas e os direitos de todos os habitantes da cidade.
E hoje um dos últimos squarters remanescentes ainda encontra ar em seus pulmões para gritar por meio da arte que sempre lhe foi característico, Exposições com instalações, colagens e fotografias, grupos de teatro e ateliers abertos compõem o cenário e evidenciam que ali naquele prédio existe vida criativa, e que não vai se entregar tão fácil. Os artistas recolhem assinaturas para que evitar que um Banco construa ali mais uma das suas muitas agências no centro da cidade.
É uma batalha que muito me lembra os tempos da Ocupação de um dos auditórios da UFES para moradia estudantil, a movimentação cultural era o que bombeava o sangue nas artérias do espaço, mantendo vivo um local com circulação de artistas e estudantes que não tinham a onde morar. Os resultados foram marcantes para toda uma geração, o valor de uma atitude criativa bem direcionada se mostrou eficaz, porém como acontece hoje em Berlin, a especulação imobiliária do campus universitário mostrou toda a sua força e em um feriado de Natal ( não que isso signifique alguma coisa) expulsou, confiscou e destruiu tudo e todos que se encontravam no auditório abandonado.
Hoje vejo um paralelo entre ocupações em Vitória, Berlin, São Paulo ou em qualquer outro lugar do mundo, a arte não “encomendada” perde o seu espaço de acordo com os interesses financeiros e as pessoas e suas histórias de vida são simplesmente atropeladas durante o processo. Com tudo ainda vejo uma Fogueira acesa, e o calor do fogo aquece o coração daqueles que sabem a importância arte engajada na construção de uma sociedade mais justa.
......
Editei um video com imagens que fiz no Squatter que conheci e das impressões Gerais que tive desta magnifica cidade.

Link para o Video no youtube: http://youtu.be/ihhiZXfUZBg

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Nos Caminhos dos Rabiscos

Caminhando pelas Ruas, becos e praças de Aachen(Germany)... quantas coisas as paredes podem nos contar. A rua Fala em sua Liguagem Colorida .
Esse foi apenas um primeiro momento, em que me coloquei no papel de expectador, buscando em cada esquina descobrir uma nova mostra do que a cidade tem para me dizer.
O aspecto que mais me chama atenção neste primeiro momento é despreendimento que os artistas se "atropelam" nas paredes, as sobreposições de trabalhos dão origem a um aglutinado de formas e cores bem interessante, as palavras vão se acumulando nos muros, expressões de amor e ódio dividindo centimento por centimetro de muro resultando em uma "Sopa" de Cores que nos convida para um olhar mais atento.

Confira no Video a seguir imagens destas Sopas coloridas nas Paredes de Aachen (Germany)




Link do video no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=3__vhZaQ8-w&list=FLKkoxlNkcvlyZ3Z6IEsanAg&index=1&feature=plpp_video